quarta-feira, 15 de julho de 2009

Modelo Construtivista

Modelo Construtivista
Construtivismo significa que nada a rigor, está pronto ou acabado e que o conhecimento não é dado como algo terminado. O conhecimento constitui-se pela interacção do individuo com o meio físico (exemplo: livros) e social (interacção com os outros, por exemplo: pais e colegas).
A aprendizagem visa que o aprendiz construa conceitos, atribuindo-lhes significado pessoal enquadrado no seu quadro conceptual de referência.
O sujeito possui esquemas e estruturas mentais, o que permite ao sujeito lidar com o objecto, dando-se a adaptação ao mundo.
O desenvolvimento e a aprendizagem dá-se em espiral. Sendo formado por diversos mecanismos, nomeadamente:
1ª Assimilação – compreende a incorporação aos esquemas das propriedades presentes do ambiente. Produz transformação no mundo objectivo.
2ª Acomodação – modificação dos esquemas para ajustá-los às exigências ambientais. Produz mudanças em si mesmo, no mundo subjectivo.
3ª Equilibração – processo em que o sujeito reage activamente às perturbações que o ambiente impõe.
4ª Desequilíbrio - dá-se o retorno à primeira fase, quando há um dado novo e essa informação não se integra na fase anterior.
Em síntese, o indivíduo elabora e reelabora os seus conhecimentos ao longo da vida, a partir dos desequilíbrios e equilíbrios sucessivos.
O sujeito e objecto não têm existência prévia, constroem-se na interacção mútua. Sendo assim, é necessário conhecer-mos o nível de desenvolvimento actual dos alunos ou seja a capacidade de desenvolver problemas individuais de forma independente, e conhecer-mos o nível de desenvolvimento que os mesmos conseguirão atingir com ajuda de outros, nomeadamente dos pais professores e pares mais instruídos, ou seja através da mediatização. A esta diferença ou distância do desenvolvimento dos alunos é a chamada Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de Vygotsty.

O professor deve respeitar e conhecer e respeitar o nível de desenvolvimento do aluno, devendo inferir o que é adequado para o nível dos alunos e conhecer as hipóteses que o aluno elabora.
É preciso conhecer o nível de desenvolvimento de cada sujeito para que se possa promover a aprendizagem.
É necessário conhecer a ZDP, para que o professor:
- Avalie as habilidades cognitivas;
- Avalie as práticas de instrução, análise do seu potencial, zona que requer a intervenção de um mediador.
Uma instrução só é boa quando faz prosseguir o desenvolvimento actual, e põe em marcha as funções cognitivas que estão em processo de maturação ou na ZDP.
Esta situação, implica a necessidade do aprendiz ter alcançado um determinado nível de prontidão, funcionando como uma janela de aprendizagem, sendo que num grupo de estudantes não existe uma única janela de aprendizagem, mas tantas quantas os elementos que constituem o grupo. Cada aluno tem o seu nível de prontidão, devendo esse nível ser aumentado, porque quanto mais elevado maior é a capacidade do aluno de resolver os problemas e executar as tarefas da melhor forma.
Assim, os pares como mediadores, assumem uma considerável importância: a participação guiada pelos pares (modelo de aprendizagem assistido por pares-peer tutoring). A regulação exterior deve transformar-se em regulação interior.
O tutor surge como agente metacognitivo, o professor deve monitorizar e dirigir subtilmente a actividade do aluno em direcção à conclusão da tarefa ou à resolução do problema. O professor é o andaime que suporta exteriormente um edifício que está a ser construído. No entanto, para ser o “andaime”, o professor, deve obedecer a alguns critérios:
o Intencionalidade e reciprocidade;
o Transcendência;
o Significação;
o Sentimento de competência;
o Regulação e controlo do comportamento;
o Compartilhar comportamentos;
o Individualização e diferenciação psicológica;
o Planificação e satisfação de objectivos;
o Procura de novidade e de complexidade.
No que diz respeito, ao critério de intencionalidade e reciprocidade, o professor deve:
· Estruturar as situações;
· Organizar os estímulos;
· Manter atmosfera de aprendizagem;
· Preparar o material;
· Suscitar e provocar o interesse;
· Investir reforços na verificação do trabalho dos mediatizados;
· Sentir prazer quando os mediatizados produzem progressos;
· Escutar pacientemente as dúvidas ou questões do mediatizado;
· Exibir, expor, reforçar e valorizar os trabalhos produzidos pelos alunos;
· Multiplicar as interacções nas situações de aprendizagem.
Em relação à significação, não se pode deixar os alunos a explorar as tarefas sozinhos, mas sim deve-se transmitir de forma clara de forma que estes consigam atribuir-lhes um determinado significado. Deve-se estimular, dar feedbacks positivos e explicar a importância dos conteúdos.
Para além disso, deve haver um ambiente propício para a compartilha de sentimentos, nomeadamente, o entusiasmo, a curiosidade e etc..
Um bom mediatizador deverá estar apto para receber e aceitar respostas e opiniões divergentes, responsabilizando os mediatizados e encorajando-os a pensar independentemente e a chegar a soluções diferentes e originais.
Por outro lado, as ideias dos estudantes deverão ser valorizadas: “O aluno é visto como um cientista”- deve-se criar experiências de aprendizagem cruciais, conflitos cognitivos, que promovem a insatisfação e desequilíbrio cognitivo (o aluno tem uma ideia, o professor contraria essa mesma ideia, promovendo o desequilíbrio).

Ser construtivista é colocar os alunos a trabalhar em grupo, dado que o facto de o aluno dever construir o conhecimento por si próprio, não significa que deva aprender sozinho.
Devendo trabalhar em grupo (aprendizagem cooperativa, permitindo a existência de conflitos cognitivos, a troca de ideias, de pontos de vista e de estratégias, originando assim uma progressão no desenvolvimento intelectual.
O papel do professor é o de facilitar, mediar e orientar a aprendizagem. Deste modo, a sua função não se esgota então no acto de transmissão de conceitos. O mediador competente deve proporcionar experiências de aprendizagem, que devem ser:
- Desafiantes;
- Situações inacabadas, ênfase na resolução de problemas.

No modelo construtivista surge uma nova noção e atitude face ao erro e à dificuldade, devendo o erro ser transformado numa situação de aprendizagem. As respostas erradas dão pistas importantes acerca das capacidades de assimilação e acomodação dos estudantes.
O professor ao invés de dar uma tarefa e esperar que os alunos errem, este deve conceber as actividades como uma oportunidade para observar quanto e que tipo de apoio o aluno necessita.

Aprendizagem auto-regulada:

O aluno constrói aprendizagem (significado), tem capacidade de aprender por si próprio “aprender a aprender”. São alunos que procuram desafios e ultrapassam obstáculos com persistência, são alunos que marcam objectivos realistas e utilizam baterias de recursos.
A atenção selectiva, a repetição, a elaboração, a estruturação, a sumarização e o auto-questionamento permitem descodificar a informação, construindo significados.

Aprendizagem Cooperativa:

A aprendizagem cooperativa implica diferentes indivíduos orientam os seus esforços no sentido de atingirem objectivos comuns e, desta forma, contribuem quer para o seu sucesso, quer para os outros na realização das tarefas.

Características:

¢ Existe um ambiente de aprendizagem;
¢ O professor assume um papel de orientação ;
¢ Ensino centrado no aluno (“lâmpada a iluminar”);
¢ Ênfase no processo;
¢ Aprendizagem em grupo, devendo ser heterogéneos;
¢ Aprendizagem investigativa.


Este tipo de aprendizagem respeita os seguintes princípios:
- Interdependência do grupo;
- Interacção (trabalhar em equipa e etc.);
- Pensamentos divergentes (tarefas complexas com necessidade de pensamentos criativos e divergentes);
- divergentes);
- Responsabilidade individual e de grupo: cada um faz uma coisa mas em colaboração com os outros;
- Pensamento de grupo: devem saber suportar as diferenças, de audição, apoiar os outros, fornecer feedback e procurar consenso.
Deste tipo de aprendizagem decorrem algumas vantagens, como sendo:
¢ Desenvolvimento do pensamento crítico;
¢ Melhora a compreensão dos conteúdos;
¢ Melhora as atitudes face à aprendizagem;
¢ Aumenta as competências sociais, o respeito pelos outros, múltiplas opiniões e perspectivas diferentes.

A aprendizagem cooperativa, não substitui o trabalho individual, dado que cada aluno é responsável pela realização das tarefas que lhes foram atribuídas, mas também pelo trabalho desenvolvido pelos outros elementos do grupo.


Modelo de ensino-aprendizagem baseado na resolução de problemas-PBL


Este modelo baseia-se na dinâmica de grupo, onde há grupos tutoriais, compostos por um pequeno grupo de estudantes (8 a 12 elementos) e um tutor. O currículo é organizado por módulos (60 horas).
O tutor coloca problemas para que os alunos explorem, investiguem e cheguem à resolução dos mesmos.
A dinâmica de grupo, referida anteriormente, é definida em sete passos, nomeadamente:

1. Clarificar os termos e conceitos não compreendidos na leitura do problema;
2. Definir o problema;
3. Analisar o problema;
4. Desenvolver um inventário das explicações inferidas em 3;
5. Formular objectivos de aprendizagem;
6. Colectar informações recolhidas fora do grupo;
7. Sintetizar e testar as informações recém-adquiridas.

Os alunos devem ouvir com respeito as opiniões dos outros elementos, chegando posteriormente a um consenso, devem ser capazes de partilhar, com à vontade, as suas ideias.
O tutor aparece com um papel de orientador na execução das tarefas, avaliador e ajudante e coordenador da dinâmica do grupo.

Teoria Cognitivista

A teoria da assimilação de David Paul Ausubel, ou teoria da aprendizagem significativa, é uma teoria cognitivista e procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente humana com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento. Contemporâneo de Piaget, Ausubel tem propostas que em alguns pontos se assemelham às do biólogo suíço, mas que em outros se afastam bastante.
Diferentemente de Piaget, cujo foco principal de pesquisa não era a aprendizagem que ocorria na sala de aula, Ausubel concentra-se principalmente nesta questão, de modo que dos seus trabalhos percebe-se uma proposta concreta para o cotidiano acadêmico. Como Piaget, Ausubel acredita no valor da aprendizagem por descoberta, mas volta a valorizar a aula do tipo expositiva, que será o grande foco da sua pesquisa.
Neste sentido, o maior legado deixado por Ausubel é justamente o de técnicas e reflexões acerca da aula do tipo “tradicional”, e do tipo de enfoque, cuidado e trabalho ideais que um professor deveria ter neste contexto, no sentido de propiciar o melhor aprendizado possível para seus alunos.
Nas seções seguintes explicitaremos alguns dos aspectos mais relevantes da teoria ausubeliana que se adequam aos propósitos deste trabalho. Para tal, iniciaremos com a apresentação do modelo cognitivo e de aprendizagem propostos por Ausubel, seguindo-se de explicações acerca dos principais componentes internos (ao indivíduo) e externos da aprendizagem. Após isso, trataremos das suas propostas com relação à facilitação da aprendizagem no que concerne à preparação dos diversos materiais envolvidos na atividade acadêmica e a técnicas envolvidas na condução das aulas (expositivas).
A aprendizagem significativa é o processo pelo qual a nova informação é relacionada com um aspecto relevante da estrutura do indivíduo, a qual fica progressivamente mais hierarquizada, refinada e complexa.
Ausubel propõe dois princípios, a ter em conta no decorrer de uma aula planificada à luz das teoria da aprendizagem significativa: diferenciação progressiva e reconciliação integradora.

Diferenciação Progressiva
Para Ausubel, as ideias e os conceitos devem ser preferencialmente trabalhados numa ordem crescente de especificidade, dos mais gerais, para os mais específicos. Isso ele justifica através de dois motivos:
1. É mais fácil para o ser humano compreender os aspectos diferenciados de um todo [mais inclusivo] previamente aprendido, (...) do que formular o todo mais inclusivo a partir das suas partes diferenciadas previamente aprendidas (Ausubel apud Faria, 1989, p 28). Ou seja, generalizar a partir de conceitos mais específicos é mais difícil do que aprender conceitos particulares a partir de um mais geral.
2. Este tipo de hierarquia é a que acontece na mente de cada pessoa: as ideias mais gerais/ inclusivas ocupam o topo da estrutura cognitiva, e têm subordinadas a si ideias progressivamente mais específicas/ menos inclusivas.
Reconciliação Integradora:
Novak (apud Moreira & Masini, 1982, pp 24-25) argumenta que, para se atingir a reconciliação integradora de forma mais eficaz, deve-se organizar o ensino “descendo e subindo” nas estruturas conceituais hierárquicas, à medida que a nova informação é apresentada. Isto é, começa-se com os conceitos mais gerais, mas é preciso ilustrar logo de que modo os conceitos subordinados estão a eles relacionados e então voltar, através de exemplos, a novos significados para os conceitos de ordem mais alta na hierarquia. Como exemplo, podemos dar o exemplo da aprendizagem de três tipos de triângulos. Neste caso, a partir da definição de ser o triângulo uma figura com três lados, pode-se definir aquele que tem os três lados iguais (equilátero). Daí, apresenta-se um que tem apenas um lado diferente e que, portanto, não é equilátero, mas é um triângulo, o isósceles. Por fim, apresenta-se o triângulo que não tem nenhum lado igual ao outro, e que, portanto, apesar de ser um triângulo, não é o isósceles nem o equilátero, mas o escaleno.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Análise crítica da abordagem comportamental quanto ao processo ensino aprendizagem:

O ensino, segundo a abordagem comportamental, limita-se a cuidar a apresentação da informação, a organizar as contingências de reforço que facilitam a aquisição de conhecimentos e a definir os resultados finais. Prescinde do contributo das variáveis internas do aluno.
Segundo Skinner, o ensino programado: este deve ser muito estruturado, por pequenas etapas, com resposta imediata e activa e deve obedecer o ritmo próprio de cada aluno.
O professor aparece como o centro do processo ensino-aprendizagem, dado que se baseia num ensino transmissivo, tendo fulcro nas exposições orais que transmitem as ideias aos alunos. O professor surge como o condutor do ensino e da aprendizagem, ele programa, ensina e avalia.
Por sua vez, o aluno é passivo, acrítico e mero reprodutor da informação e de tarefas, não desenvolve a criatividade, não se dá relevo à curiosidade, motivação intrínseca, não constrói, não há preocupação em ensinar a pensar, a valorização do aluno como transformador dessa informação não aparece suficientemente representado.
No que diz respeito, à concepção da aprendizagem, é pretendido, segundo este modelo, promover mudanças nos indivíduos desejáveis e relativamente permanentes as quais devem implicar a aquisição de novos comportamentos e modificação dos existentes.
O comportamento é moldado a partir de estimulação externa (educação) a qual deve manipular o comportamento em determinada direcção, sendo que o homem não é visto como um ser livre mas antes um produto do meio, podendo ser moldado até ser aquilo que se pretende.
Segundo o modelo comportamentalista é desejado que os alunos sejam seres pensantes e bem comportados, dando-se a aprendizagem quando há uma mudança permanente numa tendência comportamental, sendo a aprendizagem um refinar progressivo das respostas dos sujeitos a estímulos instrutivos externos.
A aprendizagem é mantida pela prática, exercícios e pelas contingências de reforço constante como factor de motivação da aprendizagem.
De acordo com todas estas ilações podemos afirmar que este tipo de ensino apresenta vantagens e desvantagens, não sendo o ensino pretendido na actualidade.
Como vantagens podemos evidenciar o facto de cada aluno aprender ao ritmo próprio, avançando para o próximo conteúdo apenas quando o anterior está aprendido, o aluno nunca é deixado para trás e além disso recebe quase imediatamente a confirmação do seu êxito. Por outro lado, este tipo de ensino promove o isolamento social, não permitindo usufruir dos benefícios que o trabalho de grupo pode originar. O aluno não tem opção de discordar, nem de investigar e nem de reflectir.
A perspectiva da abordagem comportamental quanto ao papel e valor das Tecnologias da Comunicação e Informação no ensino:



O modelo comportamentalista deu uma grande primazia aos equipamentos e tecnologia, acreditando que a sua simples introdução na sala de aula seria condição suficiente para a promoção do ensino.
As tecnologias aparecem como fonte adicional de estimulação dos alunos, de acordo com o princípio de que “a um estímulo externo o organismo reage”, visto que à luz desta teoria os sujeitos são aprendizes que respondem a estímulos.
Ao mesmo tempo, o professor tem um papel meramente instrutivo, sendo assim as tecnologias aparecem como meios para ajudar nessa instrução e funcionando como estímulo e motivação dos alunos.
O modelo comportamentalista utiliza as tecnologias como uma forma de ajuda na transmissão dos conteúdos e até na prática guiada e independente, mas como meio externo em que a sua simples utilização promove a motivação e estimula os utilizadores.
Modelo Comportamentalista

O paradigma comportamentalista ou behavorista teve início na primeira metade do século XX.
O modelo comportamentalista tem como principal pressuposto o facto de a educação resultar da transmissão de conhecimentos que têm como finalidade a aquisição ou modificação de comportamentos existentes. O conhecimento resulta da experiência planeada, sendo estruturado indutivamente, via experiência. Isto é, o conhecimento é o resultado directo da experiência.
Como referido, o paradigma comportamentalista surgiu nos Estados Unidos da América, na primeira metade do século XX, encontrando-se dividido em duas escolas: Condicionamento clássico/respondente e o condicionamento operante/instrumental. No entanto, ambas as escolas elegeram a aprendizagem como elemento central de estudo.
O condicionamento clássico/respondente teve origem com as experiências de Ivan Pavlov, através das quais concluiu que a aprendizagem ocorre quando se verifica uma associação entre estímulos (inicialmente neutros que se convertem em estímulos condicionados) e as respostas.
No que diz respeito ao condicionamento operante, este teve origem com os estudos de Thorndike. Estes estudos deram origem à lei do efeito, em que por exemplo se um aluno se esforçou e o professor não lhe dá uma recompensa positiva o aluno enfraquece o seu esforço e desmotiva, se por outro lado o professor reforça positivamente o desempenho do aluno este tende a fortalecer; à lei do exercício, em que as conexões entre a situação e uma resposta são reforçadas pelo exercício e enfraquecidas quando este é suspenso.
Segundo Skinner, qualquer estímulo e acontecimento que se segue a uma resposta aumenta a probabilidade da sua ocorrência futura, é o reforço.
A aprendizagem resulta da associação entre respostas e as respectivas consequências. A resposta dos alunos decorre dos estímulos e das consequências, permitindo também o controlo ou gestão do comportamento (disciplina) do aluno. A aprendizagem é mantida pela prática. Exercício e pelas contingências do reforço constante como factor de motivação da aprendizagem.
A aprendizagem acontece quando há uma mudança permanente numa tendência comportamental. Sendo objectivo primordial formar sujeitos bem comportados e pensantes.
A teoria comportamentalista tem como principais pressupostos psicopedagógicos, os seguintes: Definir com maior exactidão possível os objectivos finais da aprendizagem;
— Análise cuidada da estrutura das tarefas, de modo a determinar os objectivos do percurso;
— Apresentação da matéria em sequências curtas de forma a permitir um melhor condicionamento do sujeito, conduzindo-o através de experiências positivas de aprendizagem;
— Apresentar estímulos capazes de suscitar as reacções adequadas às aprendizagens desejadas;
— Reforçar as reacções desejadas;
— Proporcionar o conhecimento dos resultados da aprendizagem como forma de retroalimentação do processo;
— Recompensar, retirar a recompensa ou punir, em função da relação entre o comportamento expresso e a aprendizagem desejada;
— Exercitar os comportamentos aprendidos.
De acordo com estes pressupostos a teoria comportamentalista tem como principais técnicas de ensino: Exercícios de repetição; Ensino individualizado, tipo programado;
Demonstrações para imitação; Memorização.
Quanto mais programado, esmiuçado e decomposto for o ensino, maior será a aprendizagem. Assim, o ensino deverá ser muito estruturado, em pequenas etapas, permitir a resposta imediata e activa e com ritmo próprio.
O ensino programado respeita diversos pressupostos, nomeadamente, os seguintes:
-Princípio da estruturação da matéria: a matéria é decomposta em unidades elementares;
-Principio da adaptação: o progresso ocorre ao ritmo da progressão de cada aluno;
-Principio da estimulação: participação activa dos alunos;
-Principio do controlo, um novo comportamento adquire-se mais rapidamente se este for reforçado;
De igual forma, deste tipo de ensino decorrem algumas vantagens e algumas desvantagens:
Vantagens:
-O aluno aprende e progride ao ritmo próprio;
-O aluno avança somente com o conteúdo aprendido;
-O ensino é sequencial: o aluno passa para o material mais complexo, apenas quando domina o anterior;
-O aluno mantém-se activo e recebe imediatamente confirmação do seu êxito;
-O aluno não é deixado para trás.
Desvantagens:
-É socialmente isolador;
-Não permite obter os benefícios da experiência em grupo;
-O aluno não tem opção de discordar;
-Dado que baseia a sua metodologia numa hierarquia de conceitos é, por vezes, de difícil aplicação.
Da mesma forma, deve-se cumprir diversas fases no processo ensino-aprendizagem sendo a primeira a estipulação dos objectivos, em seguida a fase da exposição de conteúdos, depois a demonstração, seguindo-se a prática guiada, em que os alunos só deverão realizar o exercício seguinte quando tiverem o anterior inteiramente consolidado, para isso o professor deverá verificar a compreensão e dar feedback, posteriormente deve ser proporcionado aos alunos a prática independente, onde irão desempenhar sozinhos as competências recentemente adquiridas.No que diz respeito, à concepção do ensino numa perspectiva comportamentalista, este limita-se a cuidar a apresentação da informação, a organizar as contingências de reforço que facilitam a aquisição de conhecimentos e a definir os resultados finais.

sábado, 9 de maio de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Abordagem psicopedagógica no ensino das Tecnologias da Informação e Comunicação
“a resposta não está na tecnologia, mas sim nas pessoas e nas instituições” (Amado, 2007)
As tic no ensino ao ensino das tic
As tic, no contexto sala de aula, devem cumprir uma dupla função, permitirem um sistema de informação e um sistema de formação, ou seja deverá funcionar como um meio de transmissão de conhecimentos e ao mesmo tempo deverá facilitar a aprendizagem.
A utilização das tic traz diversas vantagens, nomeadamente a nível: do desenvolvimento da linguagem, através da utilização de determinados livros interactivos e do envio de email’s; do pensamento matemático, estimulando e desenvolvendo os pensamentos lógico, geométrico e espacial; do conhecimento do mundo, através do acesso a pessoas, imagens e sons que se encontram longe do seu alcance físico, permitindo também a satisfação da curiosidade de forma quase imediata; da comunicação interpessoal, desenvolvendo as capacidades comunicativas; e da aceitação da diversidade, permitindo a interacção e o conhecimento de outras culturas.
No entanto, a utilização das tic também padece de algumas limitações, desde a falta de recursos ou condições físicas até à ausência de uma atitude de integração reflectida das tic no processo ensino-aprendizagem. Há alguns docentes que não tendo uma atitude reflexiva, apenas acrescentam as tic no seu processo de ensino não as integrando de forma clara no alcance dos objectivos, que constam da planificação.
Da mesma forma, há estudos que confirmam que há profissionais que revelam falta de proficiência, devido a factores individuais de carácter emocional, têm medo de realizar acções diferentes das que estão habituados, e de factores de carácter cognitivo, no que diz respeito a conhecimentos e capacidades.
No que diz respeito aos recursos disponíveis, merece destaque a selecção de software adequado, dado que há muitos programas que são muito apelativos a nível de design, mas a nível educativo deixam muito a desejar. Os principais critérios de selecção a ter em conta para a escolha do software a utilizar, são os seguintes:
- Privilegiar software aberto, que permita desenvolver a criatividade, a memorização, a exploração, a concentração e a linguagem escrita;
- Com carácter intuitivo;
- Que permita um papel activo do utilizador;
- Com natureza multissensorial;
- Que permita a cooperação e não a competitividade desajustada;
- Que permita a transmissão de conhecimentos adicionais;
- Que esteja relacionado com situações reais do dia-a-dia;
- Que permita a diversidade ética e cultural.
Estes critérios são também importantes para ter em conta em todas as actividades.
A psicopedagogia
A psicopedagogia tem como objectivo de estudo a aprendizagem, recebendo contributos de duas outras áreas, como sendo: a psicologia, que propõe referenciais teóricos, e a pedagogia que discute toda a actividade docente.
Ao analisar a psicopedagogia tenta-se responder às seguintes questões: para quê, quando, como e porquê se aprende e se ensina.

A aprendizagem:
Podemos constatar que existe uma aprendizagem significativa quando é actualizado o conhecimento, neste tipo de aprendizagem os alunos devem ter uma atitude activa, devendo trabalhar previamente, sendo que no final dá lugar a uma construção de significados, devendo também desconstruir os conhecimentos prévios que já possuía. Por outro lado, temos a aprendizagem mecânica, ou não aprendizagem, quando os alunos recebem a informação mas não a incorporam, apenas decoram e não compreendem, essa informação vai ser muito brevemente esquecida.
Há ainda três modelos de transmissão de conhecimentos, nomeadamente: o modelo transmissivo, o modelo cognitivo e o modelo construtivista. No que diz respeito às aprendizagens teremos: a aprendizagem receptiva (em que o professor transmite os conhecimentos, por exemplo através da demonstração), por descoberta guiada e por descoberta autónoma. No ensino das tic deverá haver uma conjugação das três formas, adequando aos conteúdos a tratar, por exemplo, se for um conteúdo em que seja necessário demonstrar ou explicar como se executa determinada tarefa, deve-se utilizar a receptiva, se for a realização de um trabalho de grupo deverá utilizar-se as outras formas.

Um profissional de educação deverá promover nas suas aulas actividades, problemas e exercícios que conduzam os alunos para níveis superiores de conhecimento. Deve promover actividades que estejam na ZDP, zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o desenvolvimento potencial. Um aluno deverá ser capaz de amanhã resolver o problema sozinho, que hoje resolve com ajuda.
Um professor deve também promover actividades em que os alunos reflictam e consigam promover a sua auto-aprendizagem. Ao mesmo tempo deve ser promovida a aprendizagem colaborativa, em que os pares se ajudam. Os docentes por sua vez são responsáveis por apoiar os alunos a criar hábitos de estudo, estratégias de aprendizagem e padrões de correcção do trabalho.
Os alunos aprendem não só através daquilo que lhes é directamente ensinado, mas também através, por exemplo de comunidades de aprendizagem, assumindo assim, o professor um papel de mediatizador e não só de transmissor, sendo considerado o “andaime” no processo de aprendizagem.

As tic deverão ser capazes de: transformar constantemente os esquemas do conhecimento, proporcionar uma aprendizagem significativa, considerar a importância dos contextos sociais de interacção, devendo haver colaboração entre os pares.