quarta-feira, 15 de julho de 2009

Teoria Cognitivista

A teoria da assimilação de David Paul Ausubel, ou teoria da aprendizagem significativa, é uma teoria cognitivista e procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente humana com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento. Contemporâneo de Piaget, Ausubel tem propostas que em alguns pontos se assemelham às do biólogo suíço, mas que em outros se afastam bastante.
Diferentemente de Piaget, cujo foco principal de pesquisa não era a aprendizagem que ocorria na sala de aula, Ausubel concentra-se principalmente nesta questão, de modo que dos seus trabalhos percebe-se uma proposta concreta para o cotidiano acadêmico. Como Piaget, Ausubel acredita no valor da aprendizagem por descoberta, mas volta a valorizar a aula do tipo expositiva, que será o grande foco da sua pesquisa.
Neste sentido, o maior legado deixado por Ausubel é justamente o de técnicas e reflexões acerca da aula do tipo “tradicional”, e do tipo de enfoque, cuidado e trabalho ideais que um professor deveria ter neste contexto, no sentido de propiciar o melhor aprendizado possível para seus alunos.
Nas seções seguintes explicitaremos alguns dos aspectos mais relevantes da teoria ausubeliana que se adequam aos propósitos deste trabalho. Para tal, iniciaremos com a apresentação do modelo cognitivo e de aprendizagem propostos por Ausubel, seguindo-se de explicações acerca dos principais componentes internos (ao indivíduo) e externos da aprendizagem. Após isso, trataremos das suas propostas com relação à facilitação da aprendizagem no que concerne à preparação dos diversos materiais envolvidos na atividade acadêmica e a técnicas envolvidas na condução das aulas (expositivas).
A aprendizagem significativa é o processo pelo qual a nova informação é relacionada com um aspecto relevante da estrutura do indivíduo, a qual fica progressivamente mais hierarquizada, refinada e complexa.
Ausubel propõe dois princípios, a ter em conta no decorrer de uma aula planificada à luz das teoria da aprendizagem significativa: diferenciação progressiva e reconciliação integradora.

Diferenciação Progressiva
Para Ausubel, as ideias e os conceitos devem ser preferencialmente trabalhados numa ordem crescente de especificidade, dos mais gerais, para os mais específicos. Isso ele justifica através de dois motivos:
1. É mais fácil para o ser humano compreender os aspectos diferenciados de um todo [mais inclusivo] previamente aprendido, (...) do que formular o todo mais inclusivo a partir das suas partes diferenciadas previamente aprendidas (Ausubel apud Faria, 1989, p 28). Ou seja, generalizar a partir de conceitos mais específicos é mais difícil do que aprender conceitos particulares a partir de um mais geral.
2. Este tipo de hierarquia é a que acontece na mente de cada pessoa: as ideias mais gerais/ inclusivas ocupam o topo da estrutura cognitiva, e têm subordinadas a si ideias progressivamente mais específicas/ menos inclusivas.
Reconciliação Integradora:
Novak (apud Moreira & Masini, 1982, pp 24-25) argumenta que, para se atingir a reconciliação integradora de forma mais eficaz, deve-se organizar o ensino “descendo e subindo” nas estruturas conceituais hierárquicas, à medida que a nova informação é apresentada. Isto é, começa-se com os conceitos mais gerais, mas é preciso ilustrar logo de que modo os conceitos subordinados estão a eles relacionados e então voltar, através de exemplos, a novos significados para os conceitos de ordem mais alta na hierarquia. Como exemplo, podemos dar o exemplo da aprendizagem de três tipos de triângulos. Neste caso, a partir da definição de ser o triângulo uma figura com três lados, pode-se definir aquele que tem os três lados iguais (equilátero). Daí, apresenta-se um que tem apenas um lado diferente e que, portanto, não é equilátero, mas é um triângulo, o isósceles. Por fim, apresenta-se o triângulo que não tem nenhum lado igual ao outro, e que, portanto, apesar de ser um triângulo, não é o isósceles nem o equilátero, mas o escaleno.

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